segunda-feira, 2 de abril de 2012

Brincadeira do copo

A brincadeira do copoConversando com os Mortos - A História da "Brincadeira do Copo"

por Widson Porto Reis mail
em 24/06/05
Introdução

Ouija board, ouija board, ouija board
Would you work for me ?
I have got to get through
To a good friend
Well, she has now gone
From this unhappy planet
(...)
Hear my voice (hear my voice)
The table is rumbling ...
The table is rumbling
The glass is moving
No, I was not pushing that time
It spells : s.t.e.v.e.n
Tabuleiro ouija, tabuleiro ouija
Você vai funcionar para mim?
Eu preciso entrar em contato
Com uma velha amiga
Bem, ela se foi agora
Deste planeta infeliz
(...)
Ouça minha voz (ouça minha voz)
A mesa está balançando
A mesa está balançando
O copo está se movendo
Não, eu não estou empurrando desta vez
Ele diz: s.t.e.v.e.n
Morrissey, ex-vocalista dos Smiths

Um grupo de amigos, normalmente crianças ou adolescentes, senta-se em torno de uma mesa. No centro da mesa há um copo com a boca para baixo; ao redor dele pedaços de papel ou cartolina contendo as letras do alfabeto, os algarismos de 0 a 9 e as palavras "sim" e "não". Um respeitoso silêncio se espalha pelo ambiente, entrecortado talvez por alguns risinhos nervosos, enquanto todos apóiam o dedo indicador no fundo do copo. Alguém, normalmente o mais corajoso, assume a liderança e pergunta se há um espírito presente no local. Depois de um minuto de suspense o copo começa a se mover, aparentemente sozinho, mas nunca sem os primeiros protestos: "ei, alguém está empurrando o copo!", seguidos rapidamente de juramentos solenes ("pela minha mãe mortinha atrás da porta" costuma ser uma má idéia nessa hora) de que ninguém está trapaceando. Seja como for, o copo parece realmente se mover sozinho e percorre a mesa lentamente tocando as letras uma a uma, formando repostas para as perguntas proferidas em voz alta pelos jovens; geralmente coisas profundas como o nome do futuro namorado ou se ele ou ela está sendo traído(a).

Copos que andamSe você nunca participou de uma sessão como esta, certamente conhece alguém que já o fez. A "brincadeira do copo", e suas variantes com canetas e compassos, são comuns entre os jovens, que a fazem por curiosidade, incredulidade ou simplesmente porque sentem nela o mesmo prazer de assistir a um filme de fantasmas, só que para valer. Os adeptos da religião espírita, por outro lado, não vêem nada de inocente na brincadeira e avisam que os espíritos que normalmente comparecem à sessão do copo são espíritos pouco evoluídos, zombeteiros e maldosos (os espíritos evoluídos parecem preferir outros meios de comunicação, como a psicografia). Confirmando a fama sinistra, muitas pessoas relatam histórias envolvendo desgraças dos piores tipos ocorridas com amigos de amigos que fizeram a brincadeira do copo. O livro "Copos que Andam", escrito por um morto e psicografado pela médium Vera Lucia Marinzeck, lança mais lenha na fogueira ao narrar diversas histórias terríveis, supostamente reais, de pessoas que se envolveram com a brincadeira do copo, em especial de uma jovem levada ao suicídio.

Neste artigo descobriremos a origem da brincadeira do copo e chegaremos à explicação da ciência para o fenômeno do copo que anda. No caminho passaremos pelas raízes do espiritualismo moderno e veremos como o que era apenas um passatempo familiar no século XIX passou a ser visto como algo malígno em nossos dias.

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